Quinta-feira, 12 de Fevereiro de 2004
Professor Neves: Espero ainda vir a tempo de lhe pedir que nos "descodifique", no nosso Blog, o excerto do livro de Manuel Maria Carrilho que abaixo lhe envio:
A teoria da relatividade foi - ou pareceu ser - para os neo-positivistas um aliado importante, porque viam nela, depois de décadas e décadas de impasses no campo da física, um salto decisivo: a "causalidade foi despojada do carácter antropomórfico de "influência" ou de "conexão necessária", e reduzida a uma relação condicional ou de correspondência funcional. Mais, em vez de leis naturais consideradas como estritamente válidas, apareceram leis estatísticas, e chegou-se mesmo, na esteira da teoria quântica, a duvidar cada vez mais de que se possa aplicar o conceito de uma legalidade estritamente causal aos fenómenos que se produzem em pequenas regiões do espaço-tempo. O conceito de probabilidade reduziu-se ao conceito, empiricamente apreensível, de frequência relativa". Carrilho (1994) citando Soulez, 1985, p.123. Esser Jorge, aluno do 1º.ano de Sociologia
Resposta:
Esser
Parece que a chave deste texto se situa logo no início: "A teoria da relatividade foi - ou pareceu ser - para os neo-positivistas um aliado importante". No facto de Carrilho também duvidar desta ideia. Ou seja, a teoria da relatividade (e quântica) pareceu ser um aliado porque melhorou (pode-se dizer assim, simplificando o argumento de Carrilho) o carácter científico da Física moderna. Mas a chave, volto a dizer, está no facto de também poder haver uma outra interpretação que defende o oposto. Por exemplo, o trabalho de Popper pode ir no sentido desta interpretação de melhoria, enquanto que a tese de Kuhn vai no sentido de duvidar desta tese. Espero ter ajudado. Bom trabalho, Esser!
José Pinheiro Neves
De Anónimo a 13 de Fevereiro de 2004 às 11:38
Esser
Parece que a chave deste texto se situa logo no início: "A teoria da relatividade foi - ou pareceu ser - para os neo-positivistas um aliado importante". No facto de Carrilho também duvidar desta ideia. Ou seja, a teoria da relatividade (e quântica) pareceu ser um aliado porque melhorou (pode-se dizer assim, simplificando o argumento de Carrilho) o carácter científico da Física moderna. Mas a chave, volto a dizer, está no facto de também poder haver uma outra interpretação que defende o oposto. Por exemplo, o trabalho de Popper pode ir no sentido desta interpretação de melhoria, enquanto que a tese de Kuhn vai no sentido de duvidar desta tese. Espero ter ajudado. Bom trabalho, Esser!José Pinheiro Neves
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