Sexta-feira, 23 de Junho de 2006
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Quarta-feira, 21 de Junho de 2006
"Exames, uma época difícil de gerir. Controlar a ansiedade", in Revista XIS, nº 363, 17 de Junho de 2006, p. 17.
"Antes:
* Estudar atempadamente, prevendo a revisão e realização de testes sobre a matéria;
* Gerir o tempo disponível tendo em consideração as várias disciplinas;
* Definir objectivos em função da matéria a estudar e do tempo a dedicar a cada disciplina;
* Organizar a matéria a estudar para cada disciplina e recolher todos os materiais e apontamentos necessários;
* Verificar a velocidade de resposta a perguntas sobre a matéria;
* Reservar um espaço de descontracção e reflexão sobre a matéria entre a conclusão do estudo e a prova (aproveitar para jantar fora, sair com amigos, etc.).
Durante:
* Chegar a horas (um pouco antes, de preferência) e levar material suficiente: folhas de ponto, folhas de rascunho, canetas extra, relógio;
* Evitar esclarecer dúvidas mesmo antes do exame (pode ser perturbador e gerar confusão. Quando se está predisposto à aprendizagem, os conteúdos são rapidamente absorvidos. Esclarecer dúvidas de forma desorganizada pode baralhar o resultado do estudo prévio).
* Combater quaisquer formas de distracção para garantir a concentração durante a prova. Tentar controlar os factores distractores internos, como os pensamentos negativos, e os externos como telemóveis, leitores de MP3 e tudo o que possa interferir com a realização do exame;
* Ler cuidadosamente o enunciado até ao fim, de forma a saber exactamente o que é pedido;
* Evitar responder sem um esquema prévio, sobretudo a perguntas de desenvolvimento;
*Evitar ficar paralisado, avançar para a próxima questão quando não souber responder a uma pergunta;
* Não desistir perante bloqueios;
* Rever o teste antes de o entregar, sempre que possível.
Depois:
* Esclarecer dúvidas surgidas durante o teste e procurar fazer um cálculo da avaliação provável;
* Começas a preparação do próximo exame;
*Verificar os erros cometidos, depois da saída dos resultados.
PERGUNTA:
Andreia escreveu:
Boa tarde professor!
Sei que já mencionou isto nas aulas mas como tenho dúvidas gostaria de as esclarecer.
O tempo limite para entregar o trabalho é até ao dia do exame de recurso da disciplina de "metodologias das ciências sociais" (dia 22/7/2006)?
Aproveito a oportunidade para dizer que tenho tentado ir ao blog
(http://metodologia.blogs.sapo.pt) e não tenho conseguido. Talvez haja qualquer problema.
Queria também perguntar-lhe se finalmente já recebeu o mail com a experiência dos experimentos de ruptura.
Com os melhores cumprimentos.
Andreia Franqueira
nº 46176
Sociologia 1º ano
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RESPOSTA
Olá, Andreia
Não. O prazo limite de entrega dos trabalhos práticos é o exame na 2ª chamada dia 7 de Julho de 2007.
Até agora ninguém se queixou no acesso ao blog.
Mas tem uma solução: faça uma pesquisa no www.google.pt com o endereço do site (metodologia.blogs.sapo.pt) e no resultado com o site de metodologia faça clique no CACHE. ok?
Pode enviar-me novamente esse texto sobre os experimentos de ruptura?
Boa sorte!
José Pinheiro Neves
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Aviso
Relativamente à inscrição nas chamadas dos exames, foi aplicado o disposto na Circular CAC-01/2005/2006.
A saber, os alunos têm que se inscrever obrigatoriamente na 1ª ou na 2ª chamada, embora possam, até ao fim do processo de inscrição, alterar a sua escolha inicial.
Será da competência dos docentes autorizar o acesso à 1ª ou 2ª chamadas dos alunos que, por razões consideradas justificadas, não tenham efectuado a inscrição a qualquer uma delas ou que, tendo optado por uma das chamadas, pretendam alterar a escolha após o termo do período de inscrições.
Devem as correspondentes justificações, devidamente fundamentadas, ser entregues directamente ao docente até 3 dias úteis antes da data da respectiva chamada.
No meu caso, podem ser entregues na secretaria do Departamento de Sociologia.
José Pinheiro Neves
Domingo, 18 de Junho de 2006
Jornal "Público" Sábado, 10 de Junho de 2006
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A tristeza é anticientífica
Eduardo Prado Coelho
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É um livro estranho, inclassificável, perturbante e extremamente brilhante aquele que nos propõe Gonçalo M. Tavares. Chama-se "Breves Notas sobre Ciência" e é publicado pela Relógio d"Água. O leitor distraído (e todos os leitores têm tendência a sê-lo) poderá folhear e supor que se trata de uma obra de poesia - que vamos encontrar pequenos poemas em prosa. E, por exemplo, em dada altura, temos um breve bloco de texto que se intitula "A teoria da neve", e diz o seguinte: "Sabemos o que é a neve. Encanta, hoje. Brincamos com ela. Olhamos em volta e só vemos a sua cor branca. O nosso mundo foi ocupado pela neve. Sabemos, pois, o que é a neve. E sabemos o que é uma teoria científica. Só que o Inverno não é eterno."
Cada um destes textos é belo, mas num sentido rigoroso do termo. É belo porque está impregnado de alegria. Toda a tristeza é anticientífica. E é belo porque "o cientista perfeito é também jardineiro: acredita que a beleza é conhecimento. (A pessoa bela tem um segredo. Descobriu algo)". E noutro poema podemos ler: "Embelezar é uma outra metodologia científica. A beleza é um dos gritos de Eureka."
Então temos de ir por partes e começar por afirmar: este não é um livro de poesia. É um livro sobre a ciência. E é de certo modo (como poderia deixar de ser assim?) um livro científico. Mas não é nenhum tratado, longe disso, nem sequer um ensaio científico. É um livro, aliás, profundamente poético: que, sem ser poesia, se pode ler como se o fosse.
Mais uma vez Gonçalo M. Tavares nos surpreende. Raramente encontramos autores literários com esta fulgurante inteligência das coisas. E com esta estranha e deslumbrante capacidade de inventar o formato dos livros, o livro como suporte, e simultaneamente a literatura e a escrita, em cada novo livro. Caso único, que por vezes nos deixa literalmente estupefactos. Ou, se preferirem, de boca aberta (mas porquê abrir a boca?).
Estas "Breves Notas sobre a Ciência", sendo científicas e poéticas, são profundamente filosóficas. E é aí, nessa capacidade de pensar e de avançar por incursões naquilo que não se sabe, que o livro ganha uma dimensão impressionante. Para Gonçalo M. Tavares, a ciência cria abstracções, mas é fundamental que deixe um resto, porque só o resto permite um retorno ao real, à terra firme e pedregosa. "A abstracção é útil na ciência se deixares, como no conto infantil, migalhas para identificar o caminho de volta. Porém, por vezes, és tu mesmo que distraído, ou por apetite, devoras a própria possibilidade de regresso. E, além, perdido, ficas: nas ideias esplêndidas. (Quanto mais caminhas mais apetite tens, e o teu percurso é em círculos. Se com fome vês à tua frente uma migalha de pão, que fazes? Eis o cientista perdido na floresta.)
Há várias instâncias em que nos devemos apoiar para assegurar a poluição das ideias puras. A sua fragilidade. O seu estatuto de coisa rasteira, rente à vida de todos os dias. E vamos encontrar pelo caminho a metáfora e os afectos. A opacidade da metáfora e a perturbação sempre turva da vida emocional. Tudo aquilo sem o qual a ciência é triste. O que implica uma crítica sistemática da ciência tal qual se faz em nome da ciência que se deveria fazer. Ao contrário do que se costuma pensar, "a ciência não caminha em direcção ao Mistério. Nem em direcção ao Estranho. A ciência caminha em direcção ao Familiar". Ora o conhecimento que nos traz alegria é aquele que infamiliariza. Porque: "Como seria possível caminhar em direcção ao Mistério? Em direcção ao que não sei. Se caminho em direcção ao Mistério é porque o mistério já foi desvendado por mim." Donde, só posso caminhar em direcção ao que não tem nome e o que não tem nome não se sabe onde está. Eu posso perguntar ao indígena: "É capaz de me dizer o caminho para Estarreja?" Mas não posso perguntar: "É capaz de me dizer o caminho para o que não tem nome?" Na ciência pode-se trabalhar em equipa, mas o que se descobre só nós o descobrimos. Entra pelo nosso corpo, envolve a nossa pele. E vai de pele em pele.
Isso implica em Gonçalo M. Tavares uma espécie de referência a uma citação de Musil que tem sido ao longo da minha vida a minha citação fetiche. É o problema do que atrai e do que se rejeita. É uma dimensão quase de amiba. Onde tudo se enraiza: o clamor do inconsciente. "É o organismo - e o seus sistemas de repulsa e atracção - que decide se algo é verdadeiro ou falso. A Mentira é o que repugna o meu sistema orgânico detector da Verdade. Dizer, pois, que a mentira é mentira parece um exagero." Há um atraso da ciência em relação a outras realidades mais viscerais mas mais essenciais. "A história das Ciências encontra-se sempre ligeiramente atrasada em relação à História dos Desejos." Isto implica que se pense sempre de um modo algo desfocado. Porque só a imprecisão é precisa - na medida em que a realidade é imprecisa, ela necessita da imprecisão para se expor. "A única forma de pensar, isto é, de avançar, é ser impreciso, inexacto em relação ao pensado." Gonçalo M. Tavares valoriza de um modo quase demencial a paixão no conhecimento: "Pode um homem apaixonado provar algo? Devemos acreditar nele, na sua objectividade (como se diz)? E pode um homem não apaixonado provar algo?" "Mas há outro modo de pegar no assunto: entender a paixão como método de prova."
Donde, conhecer é olhar pelo canto do olho. E escrever com a mão esquerda. A ciência centra, estabiliza, estabelece uma morada, é doméstica e domesticável. O conhecimento extravasa, deixa-se dominar pela figura da estrela em explosão, olha tudo lateralmente. "Observar pelo canto do olho é, em ciência, começar a elaborar a hipótese. O que é observado pelo centro do olho é o evidente, o óbvio, aquilo que é partilhado pela multidão. Na Ciência, como no mundo das invenções, observar pelo canto do olho é ver o pormenor diferente, aquele que é o começo de qualquer coisa de significativo. Observar a realidade pelo canto do olho, isto é: pensar ligeiramente ao lado. A isto chama-se criatividade. Daqui saíram todas as teorias científicas importantes." E mais adiante: "A prova científica é uma espécie de centramento do olho. Depois de provado, aquilo que era olhado pelo canto do olho é agora olhado pelo centro do olho." Goncalo M. Tavares distingue acertadamente (como Blanchot) os problemas e o Problema. A ciência resolve problemas, mas nada resolve o Problema. Escrever é descobrir que para certas coisas a ciência é inútil, que a poesia vive dessa inutilidade, e que só por isso é preciso continuar a escrever. O que Gonçalo M. Tavares faz de um modo compulsivo (ou quase). Para nossa alegria.
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Terça-feira, 6 de Junho de 2006
NOTA IMPORTANTE (acrescentada em 6 de Junho de 2006): ver
AQUI a recensão deste texto sobre a metodologia de Becker - Howard S. Becker,
Tricks of the Trade. How to Think about your Research While You’re Doing It, Chicago, Chicago University Press, 1998, 232 p..
Como citar este artigo:
Elizabeth Travassos, "Tricks of the trade. How to think about your research while you’re doing it", in
Mana [online], Out. 1999, Vol.5, no.2, pp.180-183. Protocolo disponível na World Wide Web em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93131999000200009&lng=es&nrm=iso [consultado em 6 Junho de 2006].
Segunda-feira, 5 de Junho de 2006
PERGUNTA:
Um aluno escreveu:
Caro professor
Juntamente com o meu grupo de trabalho e face ao
trabalho que estamos a
desenvolver, gostariamos de solicitar a sua
colaboração, se assim o fosse
possivel...
Estamos com algumas dificuldades para
apresentar uma definição
viável de Método Quantitativo, daí o fundamento do
nosso pedido.
Agradeciamos resposta.
Obrigado, desde já, pela atenção concedida. Um abraço.
RESPOSTA:
Data: Mon, 5 Jun 2006 01:45:04 +0000 (GMT)
De: "Jose Pinheiro Neves" <jpneves2006@yahoo.com.br>
Assunto: Re: Método Quantitativo
Para: XXXX
Olá
Vejam na aula de 30 de Maio de 2006 que está no blog
de metodologia:
http://metodologia.blogs.sapo.pt/43718.html
"A estratégia metodológica quantitativa
caracteriza-se por: ser nomotética pois enfatiza o
desenvolvimento da investigação dentro de protocolos
estabelecidos e técnicas específicas. Situa-se no
âmbito do método das ciências em geral, baseado no
teste da hipótese".
Não se esqueçam também da aula de 23 de maio de 2006
que está em:
http://metodologia.blogs.sapo.pt/41962.html
Os objectivos de uma pesquisa quantitativa podem ser:
1. descritivos (determinação de factos)
ou
2.analíticos
2.1 teste de hipóteses
2.2 estabelecer relações entre variáveis
2.3 elaboração de modelos
in Carlos Diogo Moreira, “A pesquisa quantitativa”, in
Carlos Diogo Moreira, Planeamento e estratégias da
investigação social, Lisboa, ISCSP, 1994, p.149
E ver também, na aula de 9 de Maio de 2006, as
diferenças entre uma estratégia metodológica
quantitativa e qualitativa em:
1. Diferenças entre o qualitativo e o quantitativo
Duas técnicas principais no qualitativo:
Observação participante;
Entrevista qualitativa ou em profundidade,
semidirectiva ou não-estruturada.
[no quantitativo, é o inquérito]
1ª diferença entre qualitativo e quantitativo: no
segundo, são dados ordinais ou de intervalo que
permitem a estatística; no primeiro, são de tipo
diferente pois remetem para o que os actores dizem e
para a observação das acções.
2ª diferença: um dado válido não é o mesmo nas duas
metodologias. Há uma validade interpretativa no
qualitativo.
3ª diferença: no qualitativo, requere-se um maior
envolvimento com o que se estuda. A razão não tem
apenas a ver com a noção de DADO mas também com a
forma como a METODOLOGIA É PENSADA.
in Carlos Diogo Moreira, “A pesquisa qualitativa”, in
Carlos Diogo Moreira, Planeamento e estratégias da
investigação social, Lisboa, ISCSP, 1994, pp. 93-96
E vejam também este site:
http://en.wikipedia.org/wiki/Quantitative_research
E este:
http://en.wikipedia.org/wiki/Quantitative_method
Boa sorte!
jpn
Sábado, 3 de Junho de 2006
Assunto: Última aula de 31/05/2006
Data: Fri, 2 Jun 2006 21:14:33 +0100 (Hora padrão de GMT)
De: "Dália "
Para: "Prof. Metodologia" <jpneves2006@yahoo.com.br>
Caro Professor Neves,
Conforme combinado na última aula, junto se enviam os autores que foram referenciados para o exame:
A partir do Texto da entrevista a Howard S. Becker (ver os 3 excertos numa entrada deste blog), serão formuladas questões relacionados com dois tópicos.
1. Descrições das investigações empíricas dos autores:
* E. Durkheim (O suicídio - o começo da metodologia quantitativa - o seu carácter ainda pouco ordenado e ainda muito descritivo))
* P. Lazarsfeld ("The people choice" - Estudo dos factores que influenciam o voto - o carácter sistemático da metodologia deste autor com um modelo de análise em que se passa dos conceitos aos indicadores passando pelas hipóteses)
* H. Bergson (o conceito de tempo qualitativo - "Duração" - e os seus efeitos na sociologia fenomenológica de A. Schutz)
* A. Schutz (ver os efeitos da sociologia fenomenológica na Etnometodologia de Garfinkel - os experimentos de ruptura).
VER este site: "La Etnometodología y el Interaccionismo Simbólico. Sus aspectos metodológicos específicos" em:
http://prof.usb.ve/miguelm/laetnometodologia.html (ver AQUI)
* H. S. Becker (Os fumadores de marijuana - o interaccionismo simbólico)
VER este site: "La Etnometodología y el Interaccionismo Simbólico. Sus aspectos metodológicos específicos" em:
http://prof.usb.ve/miguelm/laetnometodologia.html (ver AQUI)
2. Na actualidade, falaremos da comparação entre as três principais opções metodológicas (a sua relação com os autores clássicos):
* P. Bourdieu (mais próximo do realismo objectivista: o estruturalismo construtivista)
* A. Giddens (um construtivismo relativizado)
* B. Latour (recusa a dicotomia defendendo um construtivismo realista - próximo de Thomas S. Kuhn)
Perguntas que podem sair no teste, relacionadas com a entrevista de Becker (ver entrada no blog):
* Quando Becker diz que o método de pesquisa é mais importante, refere não só o "ouvir" mas também o "observar", numa lógica temporal. Esta frase significa que existem opções teóricas e epistemológicas subjacentes? Sim, não? Justifica a tua resposta.
* Porquê a insistência de Becker na utilização da "observação", no desenvolvimento da pesquisa? Na sua resposta, assinale a importância da opção ontológica presente em Howard Becker.
Com os melhores cumprimentos,
Dália Isabel Alves
N.º 47800
1º ano Sociologia