Textos criados nas aulas práticas do 1º Semestre 2004/05
Diálogo entre Kant e David Hume
David Hume: Olá, tudo bom?
Kant: Sim, tudo bem! Foste tu que me acordaste do sono dogmático, porque me fizeste ver a importância da experiência no conhecimento do mundo. Comecei a achar muito importante o trabalho feito pelos cientistas. Gostaria de sublinhar aquele que eu considero mais importante, o meu amigo Isaac Newton. No entanto eu acho que tu exageras ao valorizar demasiado o conhecimento através da experiência. Concordas comigo?!
David Hume: Se me permites eu diria que há uma parte de verdade no que dizes, mas não posso aceitar totalmente a tua afirmação. Eu acho que para conhecer o mundo tenho que partir da observação e da experiência. Por exemplo, quando estudamos o calor podemos observar a causa associada a uma sensação, a um efeito. Até aqui eu aceito a validade deste conhecimento. O caso muda de figura quando me aparecem fulanos (Isaac Newton) que estudam algo que não se pode ver (a gravidade) é evidente que a existência de uma força de uma força inobservável. O meu problema é diferente. Vou-te dar um exemplo muito concreto baseado na aplicação da lei da gravidade. Como é que eu posso ter a certeza absoluta que o meu peso corresponde sempre à previsão de Newton. Acompanha o meu raciocínio: a força da gravidade que se exerce sobre um peso de 50kg (que me permite dizer que eu peso 50kg) universalmente aceite e que permite prever antes do fenómeno acontecer, trabalha com acontecimentos baseados em causas não observáveis. Nós não vemos a gravidade. Nós acreditamos na previsão de um fulano chamado Isaac Newton.
Percebes agora porque é que eu não concordei totalmente com a tua afirmação?
Kant: Agora já estou a ver melhor o teu ponto de vista. No entanto, continuo a achar que existe algo que antecede a experiência e a observação indutiva. Talvez valha a pena continuar noutra altura este debate.
Andreia Pereira - Curso de Sociologia Universidade do Minho 2004/05
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Diálogo elaborado na aula prática de 16 de Novembro de 2004
David Hume - Olá! É verdade. O tema da ciência interessa-me muito porque gosto de conversar com cientistas. No entanto, tenho sérias dúvidas acerca da gravidade porque é algo inobservável, que não é palpável. Ou seja, pode ser medida, podem-se ver os seus efeitos. Ao contrário do calor, porque se associa a algo concreto. O calor é directamente associado a uma chama. Pode-se ver e sentir a fonte: por exemplo, uma fogueira! E tu Bacon, o que é que pensas deste argumento?
Francis Bacon - Compreendo muito bem o que queres dizer mas há um pormenor que me está a provocar confusão: o que é a gravidade?
David Hume - Ah!! Tens razão!!! Isso é simples: se pensares bem podes verificar que todos os corpos são atraídos para o chão, e esse fenómeno tão simples e evidente pode ser pré (antes) VISTO! Um amigo meu inventou uma palavra que designa uma área de investigação: a física.
A gravidade não foi inventada por ele, ele apenas previu através de leis, de regularidades que se repetem de uma certa maneira passível de ser medida pela matemática.
Sandra Costa nº 44253 - Curso de Sociologia Universidade do Minho 2004/05
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Kant Olá, está bom?
David Hume Tudo bem! Disseram-me que me consideras como teu mentor, que eu despertei do teu sono dogmático. Porque é que dizes isso?
Kant Sim, é verdade! Tu obrigaste-me a pensar numa questão fundamental: fizeste-me tomar consciência do conhecimento indutivo, baseado na experiência prática da vida. De facto, o conhecimento clássico de Aristóteles e de Platão era um pensamento baseado em à prioris. No entanto, tu apenas me baralhaste. Não me deste alternativa. Foi por isso que eu te critiquei, classificando-te como empirista. Tu esqueceste-te que há uma face inata no conhecimento. Por isso acho que estás errado ao negar a possibilidade do conhecimento científico.
David Hume Kant, isso não é bem assim! Mas tens razão numa coisa, eu tenho sérias dúvidas acerca da validade do conhecimento produzido pela ciência moderna. E mais, eu sou um empirista que leva o empirismo até às últimas consequências. Isto significa que a verdadeira fonte de conhecimento é a experiência, aquilo que se pode ver ou sentir. Kant, tu estás errado, porque continuas a dormir, continuas a pensar da mesma maneira, como pensavam os filósofos antigos! Tu e o Newton partem de abstracções, fazem especulações metafísicas sobre fenómenos não observáveis a gravidade. Como vez, nós não estamos de acordo. Tu continuas o mesmo, não é verdade?
Kant Estou a entender o teu ponto de vista. Mas não concordo quando dizes que continuo a seguir os filósofos antigos. Nada disso! Eu apenas acho que és demasiado empirista, radical. Não te esqueças que para produzires a tua própria teoria tens que usar o próprio raciocínio.
Mafalda Oliveira nº 44662 - Curso de Sociologia Universidade do Minho 2004/05
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BACON Bem, muito obrigado.
KANT Meu caro, tu és um génio...És o fundador do Método Cientifico.
KANT É verdade. Tu foste o primeiro a defender a ciência baseada na observação, na lógica indutiva. Eu não concordo totalmente contigo.
A parte que eu não concordo é a que se refere à excessiva valorização da observação. Quando tu dizes que tudo se baseia na experiência estás a expor uma teoria. Isto é, todo o conhecimento tem sempre algo de inato, que faz parte da razão humana pura.
Estás comigo ou não?
BACON Não estou contigo porque tu não leste com atenção o que escrevi . Eu nunca disse que o Aristóteles estava completamente errado. Eu apenas o critiquei porque ele nunca recorreu à observação sistemática da natureza.
O que eu sugeri com a minha teoria sobre o calor, eu não queria formular nenhuma lei absoluta, baseada apenas num numero enorme de observações. Apenas pretendi formular um começo de interpretação para explicar as causas fundamentais do calor. Segundo o meu ponto de vista é originado pela fricção dos corpos.
Salette Sampaio - Curso de Sociologia Universidade do Minho 2004/05 (AULA DE 30 DE NOVEMBRO DE 2004 2º TURNO
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Dialogo entre Kant e Bacon
Kant Olá, tudo bem? Ouvi dizer que tu inventaste o método científico. Acho interessante essa tua teoria, mas exageras. Tu dizes que o conhecimento se baseia na experiência e que não existe conhecimento antecipatório. Ora, vê bem o que estás a dizer! Quando dizes que o conhecimento é baseado na experiência, estás a usar o teu raciocínio, estás a usar qualquer coisa de inato! Não achas que deves ter cuidado com o que dizes?
Bacon Eu só acredito naquilo que vejo! Por isso para mim o conhecimento é indutivo. Relativamente à importância que tu dás ao conhecimento antecipatório, acho que estás enganado. Acho que leste com pouca atenção os meus escritos. Eu não sou totalmente indutivista porque, em relação à questão do calor, eu formulei um começo de interpretação. Eu não nego totalmente a importância das interpretações à priori, eu apenas digo que devemos seleccionar as melhores interpretações de forma a evitar aquelas que são deturpadas, que não se baseiam na observação. Foi usando este método, que eu cheguei a um começo de interpretação do calor: este tem como causa a fricção, ou seja, a agitação dos corpos.
Mafalda Oliveira nº 44662 - Curso de Sociologia Universidade do Minho 2004/05 - (1º turno aulas práticas
Universidade do Minho
Metodologia das ciências sociais 1º ano de Sociologia
► 1 . Parte formal
► 2. Autores que podem sair no teste
1ª fase (sec. XVI-XVIII)
● Bacon (referência: Aristóteles)
● Hume (o problema de Hume) vs Kant (resolve o problema de Hume. Referência: Newton)
2ª fase
● (séc. XX) Popper que recupera Hume (Referência: Einstein) vs Kuhn que continua Hume.
►3. PASSWORD para este semestre
O problema da ciência envolve todos os filósofos, sociólogos e cientistas em torno de dois extremos (podem depois aparecer uns cinzentos, que tentam conciliar).
1º EXTREMO o realismo. A solução é descobrir a natureza das coisas: Descobrir é chegar à verdade sem ser afectado pelo sujeito: ter uma re+presentação verdadeira das coisas, do mundo; A verdade é des - coberta.
2º EXTREMO o construtivismo. Não é possível descobrir a verdade das coisas porque toda a verdade, toda a ciência é uma construção. Tudo passa pelo nosso cérebro, pelos nossos olhos. A verdade é construída.
►4. Exemplo de pergunta e resposta
Texto das aulas do engenheiro Arantes Oliveira:
5. Popper e a Metodologia do Projecto Tecnológico
O projecto tecnológico resulta de um processo conceptual que inclui o</nobr> pré-dimensionamento das várias partes do artefacto a projectar. Inicia-se então um</nobr> processo iterativo que antecipa os possíveis cenários de colapso (falsificações), verificando o projecto/modelo relativamente a esses, e introduzindo nele as</nobr> modificações que se afigurem necessárias (rejeições).
Falsificações e rejeições são assim típicas de ambos os processos. No entanto:</nobr> - o projecto é um modelo teórico, isto é, um sistema logicamente possível;</nobr> - o sistema denominado ciência empírica tem por objectivo modelizar o mundo real.
- o projecto precede o artefacto, do qual, uma vez construído, se tornará</nobr> modelo ou teoria;
- o mundo real precede a teoria científica, que, a todo o transe, se tenta</nobr> falsificar.
Mas como, de acordo com Popper, só podem ser científicas as proposições e</nobr> teorias susceptíveis de ser falsificadas, e as falsificações resultam da dedução de</nobr> proposições decidíveis pela observação e resultando exclusivamente de uma teoria, os</nobr> modelos ou teorias da engenharia devem, não só possuir um carácter</nobr> lógico-matemático, mas incorporar códigos e regulamentos, e ser falsificáveis</nobr> relativamente à sua inadequação, comprovada pela experiência, para servir objectivos</nobr> de natureza, não só quantitativa, mas qualitativa.
Uma conclusão a tirar é a de que as teorias destinadas a servir as necessidades da</nobr> engenharia não podem ser, como sucedia no passado, de carácter exclusivamente</nobr> quantitativo, nem mesmo exclusivamente lógico-matemático, ou físico.
Eng. Arantes e Oliveira in http://www.ipv.pt/millenium/Millenium24/11.pdf
Exemplo de resposta: Popper queria mostrar que os cientistas precisavam dos filósofos. Isto é, os cientistas podem descobrir o mundo mas há algo de construção, de conjectura que está sempre presente e esta parte implica que o cientista seja sempre um pouco filósofo.
No projecto tecnológico, os engenheiros estavam mais preocupados com o fim, com a utilização prática. A influência real sobre Popper foi exercida pela ciência no seu sentido menos prático, pela física teórica de Einstein.
Aliás, Arantes de Oliveira mostra que Popper não é essencial quando diz: os</nobr> modelos ou teorias da engenharia devem, não só possuir um carácter</nobr> lógico-matemático, mas incorporar códigos e regulamentos, e ser falsificáveis</nobr> relativamente à sua inadequação, comprovada pela experiência, para servir objectivos</nobr> de natureza, não só quantitativa, mas qualitativa. Reparem bem que ele diz NÃO SÓ. Ou seja, no essencial a ciência da engenharia é REALISTA mas com uns pozinhos de construtivismo. Ora, essa não parece ser a posição de Popper inspirada na prática de Einstein.
Conclusão: este autor cita Popper mas descontextualiza-o fazendo uma apropriação que não é muito fiel. Além de a prática dos engenheiros nunca ter inspirado a forma de pensar de Popper, a aplicação da teoria da refutação a este caso concreto não parece ser a mais correcta.
http://metodologia.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_03.html
Boa sorte no teste!
Texto enviado por:
Eduardo Prado Coelho, "Efeitos da Técnica", in Público, Sábado, 15 de Janeiro de 2005.
http://jornal.publico.pt/publico/2005/01/15/MilFolhas/TLCRONI01.html
Efeitos da Técnica
Por vezes temos a sensação de que descobrimos um autor. Não um autor cuja obra já está feita, mas um autor em que a obra se está a fazer (o que envolve hesitações e repetições) diante dos nossos olhos. Esse é o caso de Bernard Stiegler. Começou em 94 com três livros (aparentemente, uma tese de doutoramento) sobre a técnica, e logo nessa altura impôs uma problemática original: "La technique et le temps. I. La faute d'Epiméthée" sai em 94 precisamente. Epimeteu, distraído, estouvado, não distribuiu bem as capacidades pelos seres e deixou os homens como seres em defeito: as técnicas são as próteses (palavra central em Stiegler) que permitem a existência do homem. Em 96, temos o segundo volume deste verdadeiro tratado: "La désorientation". E, por fim, em 2001, "Le temps du cinéma et la question du mal-être", onde introduz a noção de "objecto temporal", aquele em que a sua percepção implica que o nosso tempo e o tempo constitutivo do objecto coincidam: o exemplo privilegiado é o cinema, na medida em que "ver" um filme é fazer ajustar o nosso tempo de percepção ao tempo do filme.
Entretanto, Stiegler vai estabelecendo a diferença entre o analógico e o digital, e mostrando que a digitalização generalizada cria uma linguagem comum que permite a redução de todas as linguagens a um espaço de manipulação: já não há verdade em fotografia, assistimos a uma evanescência do real no processo simbólico, a marca da realidade perdeu-se. Tem uma estimulante reflexão sobre a televisão com Jacques Derrida (e é aqui que surge a noção de "ecografia" e a ontologia do espectral), num livro intitulado "Echographies - de la télévision", com um ensaio na parte final. Aqui se põe à prova a relação de mestre-discípulo entre Derrida e Stiegler, que não exclui, aliás, determinadas divergências pontuais. E ao mesmo tempo se desenvolve uma dimensão inesperada do pensamento de Derrida, aquela que conduz a pensar a televisão como um aspecto essencial da existência contemporânea, capaz de desconstruir certos factores da oposição entre real e imagem.
É esta questão do "mal-estar" que vai reforçar as perspectivas sociais e políticas de Bernard Stiegler. Depois de uma reflexão/confidência que o leva a assumir publicamente um episódio antigo que o conduziu à prisão, Stiegler traça o percurso da sua descoberta da filosofia. Um ensaio breve analisa as derivas fascizantes contemporâneas: "Aimer, s'aimer, nous aimer". E regressam os ciclos textuais. Um intitulado "De la misère symbolique" e referindo-se às características da "época hiperindustrial". Outro, também em 2004, tem o título de "Mécréance et discredit" e ocupa-se da "decadência das democracias industriais". Neste livro Stiegler procura mostrar que não é tão pessimista como aparenta. Ele diz-nos que o sistema técnico exige uma dupla interrupção do curso normal das coisas. Primeiro, uma mutação técnica suspende a ordem dominante. Segundo, duplicando a primeira interrupção (e este processo de duplicação é essencial), a criação de uma nova época traduzindo-se em novas formas de vida - o que é precisamente a matéria dos actuais trabalhos de Bernard Stiegler.
Ora, Stiegler considera que há algo que vem impedir esta criação de uma sociedade nova. Na sua perspectiva, trata-se do envelhecimento do modelo industrial do século XX, com a sua relação entre produção e consumo. E que esta inadequação se manifesta (e este é um dos temas obsessivos de Stiegler) na estupidificação a que nos leva a atitude dos espectadores televisivos. Uma nova sociedade exige novas formas de existência - ora não é isso a que estamos hoje a assistir: as pessoas não existem, limitam-se a sobreviver, numa proletarização generalizada que produz uma miséria simbólica. Consequências: destruição do narcisismo primordial. E esta destruição leva à destruição da lei. Donde, a política degenera e a democracia torna-se uma farsa.
Como vemos, não é propriamente em termos económicos ou sociais que Stiegler analisa a nossa decadência, mas sim em termos simbólicos, a partir de conceitos que ele vai inventando passo a passo. Porém, o seu velho tema lá está. As técnicas são formas de fabricação do homem. Por outras palavras, os homens são fabricados através das técnicas que fabricam. A cultura passa por essa capacidade de transmitir técnicas. Citando Stiegler: "O homem é um ser cultural na medida em que ele é essencialmente um ser técnico: é porque ele está rodeado pela terceira memória técnica que ele pode acumular uma experiência intergeracional a que se chama muitas vezes 'cultura' - e por isso é absurdo opor a técnica à cultura: a técnica é a condição da cultura, na medida em que permite a transmissão. Em contrapartida, há uma época da técnica, a tecnologia, e é a nossa época, em que a cultura entra em crise, precisamente porque se torna industrial e se acha submetida aos imperativos do cálculo da troca." Donde, a técnica é cultura e as duas instâncias não são separáveis. Mas é na medida em que a economia vem interferir na relação técnica-cultura que a crise se instala, e a dimensão simbólica se começa a desfazer.
Não conta apenas o passado. Precisamos de ter em conta essa abertura ao futuro que é a dimensão do desejo. "O que quer dizer que o saber humano não se reduz ao que é conservado pelas suas retenções materiais: o saber humano é essencialmente o desejo humano. E estas retenções materiais só suscitam uma herança na medida em que são fetichizadas, carregadas de fantasmas (a tradução supostamente correcta é a de 'fantasias', mas a palavra parece-me fraca) e de afectos. O que faz que o homem seja um sábio é ele ser um ser desejante, isto é, capaz de fantasmar e de imaginar: só se é um sábio na condição de se ser um apaixonado do saber, e propriamente alucinado pelos seus aparecimentos, que são por exemplo as figuras da geometria." Ora um dos aspectos da crise é que se perdeu a dimensão desejante do saber. O lado de sabor inerente ao saber está hoje a ser liquidado pelos valores mercantis.
Aquilo que Stiegler designou como objectos temporais tem hoje um papel fundamental. Daí uma tese essencial: a indústria dos objectos culturais é cada vez mais uma indústria dos objectos temporais. Ora, se o cinema é um caso privilegiado de objecto temporal, podemos chegar à segunda tese: o cinema é hoje o paradigma do funcionamento da consciência como produção e montagem do tempo. E, por fim, a terceira tese: a produção temporal dos objectos que fazem a cultura de hoje é uma sincronização das consciências. Ou, se preferirem, um dispositivo que leva à cretinização televisiva. Se sincronizar é adaptar-se à mesma temporalidade e perder a sua singularidade, contudo - e este aspecto é essencial -, sincronizar não é uniformizar. Mesmo se existem pontos positivos da unificação e na sincronização em si mesmas. Conclui Stiegler: "O problema não é a sincronia nem a tendência para a sincronia que rege toda a troca humana, e em particular toda a interlocução. O problema posto pela actual tendência para a sincronização é que ela consiste numa decomposição do sincrónico e da diacrónico", porque assistimos ao "decompor do processo de individuação psíquica e colectiva, e ao decompor do eu e do nós - que se desfazem num "se", reino da insignificância.
Eduardo Prado Coelho
© 2000 PÚBLICO Comunicação Social, SA
Olá
Como é uma oportunidade rara, peço-vos que apareçam e divulguem esta iniciativa entre os vossos colegas. Trata-se de um sociólogo muito importante que, embora defenda posições aparentemente polémicas, pode dar um contributo importante para a vossa formação. Além dissso, aborda temas muito interessantes ligados às novas lógicas neo-tribais entre os jovens e imaginários que atravessam a nossa realidade urbana.
Saudações amigas do
José Pinheiro Neves
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From: Moisés Martins <moisesm@ics.uminho.pt>
To: todos@ics.uminho.pt
Subject: Convite: Conferência de Michel Maffesoli
Date: seg, 10 de jan de 2005 de18:29
O Professor Michel Maffesoli vai proferir uma conferência, sob o tema Imaginaire et post-modernité, na próxima sexta-feira, 14 de Janeiro, pelas 9h 30, no Anfiteatro B1 (CPII) da Universidade do Minho em Gualtar, Braga, Portugal numa iniciativa do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade.
Investigador do Centre d'Études sur l'Actuel et le Quotidien, da Universidade de Paris V (Sorbonne), Michel Maffesoli é um nome ilustre da sociologia francesa contemporânea e um influente pensador da sociedade pós-moderna.
Da sua vastíssima bibliografia (com vários livros publicados em português, nas Edições Piaget), respigo os seguintes títulos:
- Le rythme de la vie Variations sur l'imaginaire pos-moderne (Table Ronde, 2004);
- La part du diable Précis de subversion postmoderne (Flammarion, 2002);
- L'instant éternel. Le retour du tragique dans les sociétés postmodernes (Denoël, 2000);
- Éloge de la raison sensible (Grasset, 1996);
- La transfiguration du politique. La tribalisation du monde (Grasset, 1992);
- La conquête du présent. Pour une sociologie de la vie quotidienne (PUF, 1979).
Livros em português:
(No Brasil)
- Lógica da Dominação, Rio de Janeiro. Zahar Ed. 1978
- A Violência Totalitária, Rio de Janeiro. Zahar Ed. 1981
- A Conquista do Presente, Rio de Janeiro. Graal Ed. 1985
- A Sombra de Dionísio, Rio de Janeiro. Graal 1985
- O Tempo das Tribus, Rio de Janeiro. Forense Universitária 1987
- O Conhecimento comum, Sao Paulo. Ed. Brasiliense 1988, ISBN 85-11-08065-1
- Dinâmica da Violência, São Paulo. Vértice 1987, ISBN 85-85068-54X
-No Fundo Das Aparências, Sao Paulo. Petropolis, 1996. ISBN 85-326-1675-5
(Em Portugal)
- O Conhecimento do Quotidiano, Lisboa. VEGA, s/data.
- A Violência Totalitária, Lisboa. Instituto Piaget, 2001.
- A Transfiguração do Político. A tribalização do Mundo Pós-Moderno, Lisboa.
Instituto Piaget, 2004.
Livros em inglês:
- The Contemplation of the World : Figures of Community Style Univ of Minnesota Pr (Txt); ISBN: 0816626898, 151 pages.
-
The Time of the Tribes, The decline of individualism in mass societies , a SAGE publication, November 1995, 224 pages Cloth (0-8039-8473-1) / Paper (0-8039-8474-X).-
The Ordinary Knowledge Polity Press 1995, 230 pages, ISBN 0-7456-1118-4-
The shadow of dionysus. A Contribution to the Sociology of the Orgy State University of New York Press, N.Y., ISBN 0-7914-1239-3Site a consultar
Entrevista em português a Michel Maffesoli:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u43420.shtml
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