A propósito da sociologia compreensiva de Schutz, vamos estudar o conceito de duração em Bergson
Livro: Henri Bergson, Henri Bergson/Memória e vida. Textos escogidos por Gilles Deleuze, Madrid, Alianza Editorial, 1977, 164 p.
Texto: Henri Bergson, "A duração [durée] como experiência psicológica", in Henri Bergson, Henri Bergson/Memória e vida. Textos escogidos por Gilles Deleuze, Madrid, Alianza EDitorial, 1977, pp. 7-9 [extraído de: Henri Bergson, L´évolution créatice, Paris, PUF, 52ª Ed., 1907, pp. 1-3]
Depois de acentuar que o melhor ponto de partida é a existência de nós mesmos, Bergson começa por nos colocar algumas questões acerca do sentido preciso da palavra existir.
Em primeiro lugar, sentimos a passagem de um estado a outro: "tenho frio ou calor, estou alegre ou triste, trabalho ou não faço nada, olho para o que me rodeia ou penso noutra coisa. Sensações, sentimentos, volições [volição, substantivo feminino, acto ou potência de querer - Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora ], representações, tais são as modificações entre as quais se reparte a minha existência e que as coloram alternativamente. Mudança, pois, sem cessar. Mas dizer isto não basta. A mudança é muito mais radical do que se pensaria à primeira vista " (Bergson, 1977: 7).
Esta mudança que se nos apresenta em blocos, é algo mais contínuo do que aquilo que imaginámos. "Com efeito, falo de cada um dos meus estados como se formasse um bloco. Digo, e com razão, que mudo, mas a mudança parece-me residir na passagem de um estado a um estado seguinte: de cada estado, considerado isoladamente, quero acreditar que continua sendo o que é durante todo o tempo que se produz. Não obstante, um ligeiro esforço de atenção revelaria-me que não há afecto, representação nem volição que não se modifique a todo o momento; se um estado de alma deixa-se de variar, a sua duração deixaria de transcorrer. Tomemos o mais permanente dos estados internos, a percepção visual de um objecto exterior imóvel. O objecto pode permanecer idêntico, e eu posso vê-lo desde o mesmo lado, debaixo do mesmo ângulo, com a mesma luz: a visão que dele tenho difere da que acabo de ter, nem que seja porque a visão envelheceu um instante. Aí está a minha memória, que insere algo desse meu passado neste presente. O meu estado de alma, ao avançar na rota do tempo, cresce continuamente com a duração que recolhe; por outras palavras, faz bola de neve consigo mesmo" (Bergson, 1977: 8).
Ou seja, vivemos sempre num fluxo contínuo de sensações, representações, volições. ".. não há diferença essencial entre passar de um estado a outro ou persistir no mesmo estado. (...) É certo que a nossa vida psicológica está cheia de imprevistos. Surgem mil incidentes que parecem cortar com o que os precede sem os vincular ao que os segue. Mas a descontinuidade das suas aparições destaca-se sobre a continuidade de um fundo em que se desenham e a que devem os intervalos que os separam: são os golpes do tambor que estalam de vez em quando na sinfonia. (...) Cada um deles não é mais do que o ponto melhor iluminado de uma zona instável que compreende tudo quanto sentimos, pensamos, queremos, tudo quanto em última instância somos num certo momento" (Bergson, 1977: 9).
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