Um desafio...
A partir do texto anterior de Bergson (ver na entrada anterior do blog), no dia 19 de Abril de 2005, na aula teórica de Metodologia das Ciências Sociais, surgiu uma questão.
Pediu-se a uma aluna que durante um espaço de tempo limitado permanecesse imóvel a olhar para uma esferográfica.
Em seguida houve um pequeno debate em torno desta questão:
- Será que durante um determinado espaço de tempo assinalado pelo professor houve ou não uma mudança na consciência dessa aluna?
O debate não produziu nenhuma conclusão clara, mas surgiram duas posições.
A primeira defende que, durante aquele espaço de tempo, não houve nenhuma mudança na sua consciência.
Outros alunos apresentaram uma posição diferente: houve uma mudança devido ao movimento do sangue, oxidação das células, trocas químicas no cérebro, etc.
No entanto, o professor sugeriu que existia uma outra mudança que não se reduzia ao nível físico-químico. É este o desafio!
Foram dadas duas pistas: uma sugerindo que a percepção e o cérebro mudou e uma outra dizendo que a aluna, durante a experiência, estava sempre consciente produzindo significação.
Aceitam-se respostas a esta questão, via e-mail do Blog [jpneves2005@yahoo.com.br], até ao dia 28 de Abril de 2005. As melhores respostas serão publicadas neste weblog. Por favor, indiquem no vosso mail que o assunto é "Resposta à questão de Bergson"acrescentado o vosso nome e número.
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Resposta de Andreia Pereira
"Relativamente à experiência
Como a aluna se limitou a olhar a caneta, o facto de só existir,
naquele momento, a caneta, provavelmente deu ao objecto caneta uma outra
importância. A caneta já existia na sua mente, com significado de
utilidade, provavelmente só com esse significado. O facto de ter percepcionado e
de ter dado mais atenção à caneta submetida na experiência, começou a
interiorizar a sua textura, cor e a mente dela começou a absorver aquelas
características. Com esta percepção, é evidente que não apagou todas as
outras percepções que teve anteriormente com objectos semelhantes e com a
denominação de caneta. A nova percepção apenas foi acumulada às que já tinha antes deste
exercício.
Na minha opinião, ficamos com a ideia do objecto pela percepção mais
recente, mas sem esquecermos o passado, ou seja, sem esquecermos as
percepções anteriores.
Passo a dar outro exemplo, esquecendo por momentos o exercício da
caneta. Se uma pessoa não visse um amigo desde há 50 anos atrás e apenas tivesse
uma fotografia desse tempo, provavelmente, a imagem que tinha em mente do
amigo era aquela, porque não tinha uma percepção mais recente. No entanto, se
ele lhe enviasse uma fotografia sua de há 10 anos atrás, a pessoa não iria
esquecer a fotografia de há 50 anos. A imagem com que ficava do amigo era
mais recente. Contudo se por acaso se encontrasse hoje, pessoalmente, com o
amigo voltaria a não esquecer as fotografias, mas voltaria a ficar com a
imagem mais recente na mente.
A conclusão a que cheguei foi que, mesmo tendo imagens/percepções novas em mente, estas apenas são acumuláveis, pois as anteriores não desaparecem".
Andreia Pereira nº 43928
1º Ano de Sociologia,
Metodologia das Ciências Sociais - Abril de 2005
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